CABO DE AÇO NAS CARREIRAS
Quando se trata de uma construção de carreira, para nosso cenário, eu percebo que o uso de cabo de aço é uma escolha preferida. Seja ela por que todos usam ou pelo preço mais em conta.
Mas precisamos fala do real custo do cabo. E custo, quanto menor melhor. Muitos não consideram o custo de manutenção no processo de manter o cabo de aço e como realizar o teste para saber se o cabo continua com as mesmas propriedades.
Como falamos na publicação anterior a essa já definimos o peso que iremos puxar em nossa carreia e com esse peso escolheremos o cabo que iremos utilizar. Mas como garantir que o cabo depois de várias subidas de decidas n’água irá manter as mesmas propriedades?
Se nosso meio é água doce a corrosão é menos severa comparado ao meio em água salina. Temos os desgastes do uso composto por fadiga e atrito, pois o cabo de aço é composto por partes moveis que são os conjuntos dos fios de aço que atritam entre si. A única maneira de testar realizando um ensaio com uma célula de carga e verificar se ele está apto a sua carga, adicionado a inspeção visual e perda de sua espessura por alongamento iremos saber sua condição. É claro que uma boa manutenção composta por lubrificação mensal ou de acordo com a rotina em horas de utilização do cabo, irá dobrar a sua vida útil. Isso mesmo! Dobrar a vida útil. Mas dependendo das condições de uso e falta de lubrificação sua vida útil pode reduzir drasticamente.
Mesmo com todo o cuidado o cabo de aço é composto por vários fios e uma alma e fica impossível saber a condição de cada um deles.
Com essa preocupação é muito comum em meio salino o uso de correntes, fica fácil controlar o alongamento e corrosão. Apesar do custo mais alto tanto na compra da corrente quanto no equipamento é um item mais seguro.
Apesar se ser tentador falar do uso de correntes iremos ficar no cabo de aço mesmo. Por ser mais econômico e por ser usado em mais carreiras e oficinas navais.
A composição do cabo é composta pela escolha de acordo com a carga e o comprimento entre o guincho e a carreira. Precisamente até a conexão de onde será puxado.
No exemplo no post anterior temos o barco de 10 toneladas na carreira do seu Joaquim, observe que seu Joaquim está puxando diretamente sem usar a famosa polia, conhecida como patesca por alguns. Ele está contabilizando todos os pesos e atritos e desgaste do equipamento. Mas poderíamos deixar isso mais eficiente. Seu Joaquim agora possui uma polia e seu guincho que foi dimensionado para puxar 15 toneladas agora recebe uma ajuda de uma polia.
Guincho e morto
O cabo do guincho passa pela polia e conecta ao guincho e outro cabo conecta a polia a embarcação. Agora quando Seu Joaquim inicia a puxada da embarcação a força de resistência, ou seja, o somatório de todo peso contando: 10 toneladas da embarcação + peso dos cabos e seus itens como manilhas sapatas, pinos e patescas + peso do carrinho + peso dos blocos de escora do casco + carga de atrito durante a docagem será dividido por dois. O guincho do seu Joaquim irá usar a metade de sua capacidade.
Quanto maior o peso que será puxado maior a complexidade do sistema. Já observou a polia na ponta de um guindaste? Observem!
Força T sendo dividida pela polia entre guincho e morto
Observe que o ponto que o cabo está preso ao guincho é fixo, é chamado de morto e divide a carga com a polia. Aquele velho problema de física de polias, ação e reação! O guincho inicia seu trabalho e começa a puxar o barco, temos peso e atrito reagindo contra a força de puxar do guincho! Temos uma força oposta igual! Porém devido a polia, a força aqui chamada de tensão é dividida em duas! Uma para o morto outra para o guincho. E assim temos a diminuição da força do guincho.
Para que isso ocorra de maneira suave é preciso manter a lubrificação dos cabos e polia em dia com lubrificante biodegradável evitando a poluição das águas.