DOCAGEM NO BEIRADÃO
Docagem no beiradão, margem do Rio Amazonas- Itacoatiara
Da engenhosidade a tragédia. Da falta de recursos a soluções geniais! Esses homens e mulheres travam diariamente uma batalha contra as forças da física com o objetivo de manter as embarcações em boas condições de navegabilidade. Reformas, inspeções, troca dos hélices e outras inúmeras intervenções que são realizadas diariamente nas beiras de rios, lagoas ee outras regiões abrigadas.
Mas como funciona esse tipo de docagem e o que poderia ser feito para deixar essas operações mais seguras?
O beiradão como é conhecido aqui no norte do Brasil é um lugar onde ocorre chegadas e partidas de passageiros e mercadoria e também como é conhecido por essa referencia um lugar que se pode realizar a manutenção de embarcações. A carreira de docagem, nome técnico para realizar a retirada de uma embarcação por uma plataforma deslizante, fica quase ilusória onde o aço parece ser um coadjuvante. A carreira do seu Fulano ou beltrano tornou-se referência ao longo das décadas por um porto seguro onde se pode construir ou reparar.
A missão de hoje será: retirar um o barco d’água e trocar o hélice quebrado.
Como os mestres da docagem irão realizar essa tarefa
Para retirar a embarcação de dentro d’água é preciso de guincho, cabos ou correntes e o carrinho de docagem e os trilhos onde o carrinho irá passar.
Serão abordados nas próximas semanas, 4 (quatro) itens que compõe a carreira com objetivo de desmistificar como são utilizados e instalados na carreira .O primeiro deles, será o Guincho.
O guincho é o que faz o serviço pesado. Ele puxa o peso de todo o conjunto para a superfície seca. Sua base deve estar bem fixa e bem nivelada para que não tenha sua vida útil diminuída por vibrações. Esse chumbamento da base do guincho deve ser calculado para suportar a carga que irá suportar durante o ciclo de vida do aparelho solicitado pelo dono da carreira. A base pode ser de madeira ou concreto. A madeira também é um elemento estrutural, vamos lembrar disso! Porém sua manutenção é mais cara quando comparada ao concreto com seus chubadores de barra de aço mergulhado e curado a um concreto de alta resistência. A madeira em sua vez deve ser escolhida de maneira bem seletiva para suportar os parafusos e a solicitação da base do guincho.
O guincho de puxar, como é conhecido é o guincho de docagem que é o coração da carreira e deve ser dimensionado pensando no peso máximo que a carreira foi projetada. Entretanto a medida que o peso da embarcação aumenta é necessário usar utensílios como uso de patesca (polia) para diminuir o custo do equipamento.
Por exemplo: A carreira do seu Joaquim tem a capacidade de docar barcos de 10 toneladas. Ou seja, puxa 10 toneladas.
Mas Glauter, não vamos usar uma polia e diminuir esse guincho? Não nesse exemplo!
A capacidade do guincho não será apenas de 10 toneladas, será maior. Deve ser computada 10 toneladas + peso dos cabos e seus itens como manilhas sapatas, pinos + peso do carrinho + peso dos blocos de escora do casco + carga de atrito durante a docagem + perda de capacidade relacionada com o tempo de uso. Garantindo assim que a carreira do seu Joaquim fique operando até quando foi planejado.
Essa preocupação é fundamental para que não ocorra acidente por falta da capacidade do guincho.
O guincho de carreira ou guincho de puxar pode ser elétrico ou hidráulico. Vamos falar aqui do guincho elétrico simples como um sistema básico para puxar uma embarcação. Como mostra a foto abaixo. Existem sistemas mais complexos, mas nesse post vamos ficar no o sistema que é utilizado para retirar d’água embarcações que não são possíveis serem retiradas por uma picape ou pequeno trator. Sim tratores são muito utilizados nesses processos de retirada das embarcações da água.
Com esses dados é selecionado o guincho que será utilizado na sua carreira. No próximo post iremos falar sobre os cabos e seus apêndices! Fique atento e trabalhe seguro.
Guincho de puxar elétrico com cabo de aço